segunda-feira, 14 de novembro de 2011

OS MILAGRES DE JESUS

OS MILAGRES DE JESUS



O Evangelho de hoje nos relata que Jesus foi à Sinagoga participar da oração, num dia de sábado. Aproveitou a oportunidade para ensinar princípios da Lei e dos Mandamentos, contrariando os doutores e fariseus.

Suas pregações ao povo eram acompanhadas de milagres, de curas. Estes milagres confirmavam sua procedência divina e atraiam muitos doentes. O povo tinha grande admiração por Jesus, porque “falava com autoridade e agia com poder” .

Achava-se na Sinagoga um homem “possuído por um demônio impuro, que gritou em alta voz:“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és! Tu és o Santo de Deus!” (Lc 4, 34)

Jesus repreendeu-o e mandou que “ele se calasse e deixasse livre o homem”! Foi o bastante para que o maligno logo o deixasse! O povo admirou que “Ele mandasse até sobre os espíritos impuros, com autoridade e eles obedecessem”!

A fama de Jesus ia por toda parte” (Lc 4, 37).

Só Deus faz milagres



O Evangelho está cheio de referências a milagres que Jesus fez, como o da ressurreição de Lázaro e da sua própria Ressurreição.

A Bíblia afirma que só Deus pode fazer milagre, no sentido pleno da palavra. A definição de milagre é esta:“a realização de algo que pela substância, pelo modo ou ordem de realização ou por meio de quem se realizou, está acima da força da Natureza. Para entender o que é um milagre, no sentido rigoroso da palavra, vamos a um exemplo raro, mas possível: Um operário cai de uma altura muito grande, e ao bater na barra de ferro do andaime, vê seu braço arrancado, ficando este separado do corpo... Se, na hora, alguém pegasse o braço e o colocasse no lugar de onde fora arrancado e, na mesma hora ficasse como antes, então, haveria um milagre. Tal operação está muito acima da força da Natureza, não haveria outra explicação, a não, através do milagre.


Sentido popular de Milagre

Pelas razões acima apresentadas, eu ponho em dúvida a veracidade de tantos milagres “operados por pastores evangélicos ou católicos” que, abusando da simplicidade e religiosidade do povo, vivem ostentando sua fé, através de “curas” que poderiam ser conseguidas por meios naturais: a medicina, a parapsicologia, a hipnose, no âmbito, portanto, das ciências naturais. Isso abalaria o sentido de milagre, com certeza.

Mesmo assim, eu tenho que agradecer a Deus o que de bom vem fazendo as igrejas cristãs, proclamando a Palavra de Deus, conduzindo a Cristo grandes multidões, com seus meios modernos de evangelização. Nada faria para impedir a prática adotada, até que as coisas possam ser mudadas. Amém, assim seja.


Só Deus faz milagres. Isso todos os que acompanhavam sabiam sabiam já muito bem.

Esses muitos milagres, associados ao maior de todos eles, sua própria Ressurreição, dão-nos a maior certeza de que Jesus, não deixou nunca de ser Deus, embora tenha assumido a natureza humana!

Nossa fé no divino Ressuscitado não é vã, como diz o Apóstolo São Paulo, quando lembre:“Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e vazia é também a nossa fé”(1Cor 15, 14).

AS CONDIÇÕES PARA SEGUIR A JESUS.

XXIII - Domingo Comum C


(Sab 9, 13-18; Fm 9b, 10.12-17; Lc 14, 25-33)

1- Introdução



Jesus, no Evangelho de hoje, condicionou o seguimento de seus discípulos ao desapego, não só dos bens materiais, mas até da própria família. E este condicionamento, vale também para os que abraçam uma vocação laical.



De modo especial, o desapego se faz mais necessário, quando se trata de seguir Jesus mais de perto, no caso dos Religiosos. Jesus se expressou assim:”Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, de sua mulher e seus filhos, de seus irmãos e irmãs e até de sua própria vida, não é digno de ser meu Discípulo”! (Lc 14, 26-27).



Em Mateus, a exigência de renúncia e desapego é para todos, e mais comprometedora, também:“Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mc 8, 34). Religiosos e Leigos, que desejem ser discípulos de Jesus, estão igualmente solicitados a abraçar uma cruz. E, enquanto eu sei, Jesus não mudou de idéia. Continua afirmando a mesma coisa!



2 - O Desapego



Desapegar-se de bens materiais já é muito difícil. Imaginem, desapegar-se da família, inclusive, do pai e da mãe!... Mas, convém recordar que o desapego proposto pelo Evangelho, não extingue a exigência do amor aos familiares. Esse desapego aos familiares é uma forma de priorizar o amor que devemos ter a Jesus que, por amor, deu sua vida, entregando-se à morte na Cruz , por nosso amor e por nossa salvação.



Jesus sabia muito bem quão necessário é o amor para aqueles seus discípulos que abraçam a Vida Religiosa! O Religioso não deve ter um coração dividido e, muito menos ainda, um coração vazio de amor. É esse amor que o deve ter levado a abraçar a Cruz de Cristo



3 - Carregar a Cruz



Separar-se do convívio natural da família e trocá-lo por outro modelo de vida em família religiosa, não é ainda tudo. Necessário é também que se tome nos ombros a Cruz de Cristo, e siga seus passos, percorrendo com Ele sua dolorosa Via Crucis.

O Religioso, como qualquer discípulo de Cristo, tendo diante dos olhos a imagem do divino Crucificado, deve abraçar sua cruz com amor, porque Jesus disse: “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mc 8, 34). A Cruz lembra, dor, sofrimento, humilhação e morte...



Abraçar a cruz e carregá-la, não é privilégio dos Religiosos. É mandamento de Cristo, dirigido a todos os que orientam sua vida pelo Evangelho.

DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE SÃO JOÃO DO LATRÃO


1 - Dedicação da Basílica de São João de Latrão

A Igreja celebra hoje a memória da Basílica de Latrão, que é a Catedral do Bispo de Roma, ou seja, do Papa. É por isso que ela condivide com a Basílica de São Pedro (Vaticano) os serviços religiosos presididos pelo Santo Padre. É conhecida como mãe de todas as igrejas de Roma.
O Evangelho de hoje se ocupa também de um Templo, o de Jerusalém. Serve-se dele para dar-nos a divina lição sobre o templo vivo do Espírito Santo, que somos nós.

2 - Jesus expulsa os feirantes do Templo (Lc 19, 4; Mt 21, 12)

O Evangelho refere que Jesus ficou indignado com a algazarra dos vendedores do Templo, expulsando-os de lá com suas bancas de câmbio e mesas de mercadoria jogando por terra, inclusive as moedas... E, de chicote em punho, bradou forte: fora daqui! Vocês estão fazendo da Casa de Oração, uma casa de comércio”!
Estranho, não é mesmo? Jesus sempre tão manso e humilde, de repente se enfurece e expulsa toda aquela multidão de pessoas, muitas das quais para lá foram com o sentido de pagar suas promessas, oferecer seus sacrifício e fazer sua penitência....

Esta é uma cena, queridos irmãos e irmãs, que ficou conhecida no Evangelho como a santa ira de Jesus, por causa da profanação, da banalização do Templo, lugar que é de oração e de Sacrifícios, feito agora feira livre!
Esta cena merece ser contemplada em nossos dias, talvez mais do que nunca.. O comércio, os diferentes modos de comércio entram cada vez mais nos recintos sagrados, com as mais disfarçadas desculpas.... Sinais dos tempos, podemos dizer....
Mas, para uma coisa, ao menos, terá sido útil essa cena dos vendilhões do Templo, espaço sagrado que é da fé. Muito comércio está entrando de Igreja a dentro! Precisamos ficar atentos, portanto, Irmãos e irmãs, a esse perigo!

3 - Vós sois templos vivos do Espírito Santo! (1Cor 3, 16)

Por aí podemos imaginar o quanto desagrada e fere o coração de nosso Deus a profanação de nosso corpo, que é Templo vivo do Espírito Santo, como afirma o próprio Jesus na Carta de Paulo aos Romanos: “Uma vez que sois templos vivos do Espírito Santo, já não deveis estar sob o domínio dos instintos egoístas, mas sob o Espírito, pois quem não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Ele.
Hoje, não só se profana o Corpo humano, Templo de Deus, mas até se comercializa, se compra e se vende para fins de transplantes de órgãos, sem falar nos casos condenáveis de prostituição, no caso das drogas, das mais variadas formas....

Concluindo, louvemos ao nosso bom Deus por nos ter aberto, a tempo, os nossos olhos, abrindo antes os nossos corações, para fugirmos de tal desgraça e infortúnio.
Que Santo Antônio, nosso amigo e intercessor, nos livre sempre mais dessas tentações que fazem o mundo se tornar cada vez mais, um mundo distante de Deus!
E depois, muitos ainda se queixam de que Deus esteja castigando o mundo com tantas calamidades de parte da Natureza, ferida e desrespeitada por toda a humanidade...
Santo Antônio, rogai por nós!
Salvador, 9 de Novembro de 2010

SOMOS SERVOS INÚTEIS


Catequese das Terças

Autor:Frei Petrônio Cardoso, OFM

“Somos servos inúteis, fizemos aquilo que devíamos fazer” (Lc 17, 10)
O Evangelho desta missa oferece matéria para uma oportuna reflexão, quanto aos serviços que temos de prestar como cristãos, discípulos de Jesus Cristo e como Comunidade de amor.
O Evangelho de Jesus Cristo foi escrito há dois mil anos atrás, para um público com mentalidade e características próprias daquele tempo. A menta-lidade do povo correspondia mais ao espírito do Antigo Testamento, onde a autoridade a autoridade se confundia com a força, com o poder e com o pres-tígio pessoal
Vemos isso na atitude sugerida pelo texto do Evangelho. O patrão disse a seu empregado: “Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo!... Depois, poderás comer e beber”! Proposta um tanto estranha para os dias de hoje. Preconceituosa, no mínimo!
O Evangelho pergunta: Será que o patrão precisa agradecer ao empregado por ter feito o que ele mandara? Pois ele ganhava para isso, como iria dizer o patrão.
Eu respondo: Sim e não, depende. “Segundo o modo de pensar daquele tempo, a resposta é: NÃO! Não precisava agradecer. Ele estava cumprindo o seu dever e ganhava para isso, como ainda hoje muitos empregadores pensam também.
Mas nós cristãos, cujo comportamento deve ser pautado na Lei do amor, do respeito aos mais fracos, eu responderia SIM, o trabalhador devia sentir-se agradecido por seu empregador, pois a atitude correta do cristão não deve ser a de humilhar ninguém. Aos que trabalham para nós, devemos gratidão; eles, com seu trabalho, com seu suor, contribuem para o aumento do patrimônio de seus empregadores....
A prática de tratar um empregado como um escravo, infelizmente, predominou até bem recente, inclusive na Igreja. O Concílio Vaticano II fez mudar tudo... A Igreja passou a ser vista como Igreja “servidora”, mudando o modelo até então em voga: o modelo de Igreja piramidal que era formada de camadas de poderes superpostos do maior ao menor. Ao posto mais elevado, correspondia à dignidade mais alta.
O poder da Igreja é hoje um poder mais democrático, um poder, cada vez mais exercido, com participação da Comunidade. A Hierarquia continua a existir. Nossa Igreja é hierárquica, por natureza: Temos o Papa, os Cardeais, os Bispos, os Padres, os Religiosos e as Religiosas, os Leigos e as Leigas. Todos formamos o Povo de Deus ou a Igreja numa hierarquia de autoridades, mas consciente de se tratar de uma Comunidade, onde cada um presta seu serviço para o bem de todo o corpo, a Igreja.
Estes diferentes modos de ser, se diferenciam não pela dignidade, mas pelo serviço que cada um presta à Comunidade. Nossa dignidade vem não do posto que ocupamos, mas de nossa condição de cristãos e filhos de Deus pelo batismo!
A autoridade na Igreja, portanto, deve ser entendida como um carisma, ou um serviço a ser prestado. Exercer a autoridade, não é demonstrar poder, prestígio, dignidade, mas é prestar serviço ao Povo de Deus, com amor e dedicação
O Concílio Vaticano II (1962-1965) muito contribuiu para que o conceito da Igreja voltasse ao seu tamanho original como Igreja de Cristo, Igreja Servidora, Igreja do amor.
Rezemos, pois, para que o Espírito Santo a ilumine cada vez mais e a conduza pelos caminhos da verdade. Assim seja.