segunda-feira, 20 de setembro de 2010

JESUS E O DINHEIRO


Parece demasiada a preocupação de Jesus, quando se trata do assunto “dinheiro”e suas variantes. Muitas vezes Ele volta a falar do tema no Evngelho. O assunto vem à tona, hoje, principalmente a partir da Primeira Leitura do Profeta Amós. O Evangelho fala da administração de bens, confiada a um administrador desleal que, por isso mesmo, foi despedido por seu patrão. Por aí se vê como o dinheiro sempre está criando problemas...
Entende-se, portanto, a preocupação da parte de Jesus, pois Ele deseja que o dinheiro possa chegar um dia a ser fonte de bem-estar não apenas, para uns poucos, mas para todos os filhos de Deus...
Jesus insiste no uso correto da riqueza, para que ela não se transforme numa fonte de injustiças, de brigas e de inútil sofrimento para muitos. Ele não nega que a riqueza ou o dinheiro, em si, possa ser fator importante para o progresso da sociedade e fonte de bem-estar para muitíssimos.

O problema começa, quando...

O problema está na relação que o dinheiro cria entre as pessoas. Relação que define o sentido maior da riqueza, em si, indiferente. Pode criar condições de vida saudável mas pode tornar-se fonte de grandes sofrimentos, de muitas injustiças, com sua má distribuição, fazendo que a sociedade seja constituída, de pobres cada vez mais pobres e de ricos, cada vez mais ricos, como já observava a Conferência Latinoamericana de Puebla.
O profeta Amós, em nome de Deus, denunciava no seu tempo, as injustiças e fraudes dos comerciantes que, sem escrúpulo, enriqueciam à custa dos pobres, isso já oito séculos, antes de Cristo!
Por isso, aquela forte advertência que faz, como profeta, falando em nome de Deus:”Escutai, exploradores dos necessitados, opressores dos pobres...! Vós ficais contando as horas: Quando vai passar a festa da Lua Nova, para que possamos pôr à venda o nosso trigo?... Quando vai passar o sábado, para abrirmos o armazém; para diminuir as medidas, aumentar o peso e viciar a balança; para comprar os fracos por dinheiro, o necessitado por um par de sandálias, e vender o refugo do trigo?... (Am 8, 4-6).
Nesta passagem Deus manifesta sua reprovação formal aos que abusam de seu dinheiro, de sua riqueza, de sua influência, para engordar suas contas bancárias, à custa da pobreza e dos sofrimentos alheios. A ganância dos ricos ainda é um fato, nos dias de hoje!
O Evangelista São Mateus, referindo-se a esse tipo de ganância, lembra a sentença de Jesus em Mateus: “Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6, 21).

O excessivo apego ao dinheiro significa, em última análise, a preferência ao vil metal, colocando Deus num segundo plano... Sim, aquele ou aquela que faz do dinheiro o seu deus, empurra Deus para um canto e, por isso, não fará jus ao prêmio que está reservado “para os que amam a Deus sobre todas as coisas, com todo o coração, com toda sua alma e com toda a sua força” (Deut 6, 5)

Novos horizontes se descortinam

Com o desenvolvimento das ciências e da tecnologia, o homem de hoje, comparado ao de 100 anos atrás, parece capaz de fazer até “o impossível, o que nem imaginar-se poderia”! Verdadeira revolução social estamos assistindo extasiados! O que falta o homem fazer em nossos dias, depois de já ter tentado “engendrar” até a própria vida? Em si, não seria de admirar, de vez que o Livro do Salmo, referindo-se à criação do homem, diz: “O que é o homem, para dele te lembrares, o ser humano, para que o visites? Tu o fizeste pouco menos do que um deus, e o coroaste de glória e esplendor” (Sl 8,5-6)!

É possível, pois, que haja também uma revolução espiritual que leve o homem a descobrir algum valor maior do que o dinheiro...como a SOLIDARIEDADE HUMANA. Temos de rezar para “que o coração de pedra do homem moderno se transforme em coração de carne...”(Ez 11, 19b).

Por sinal, já começo a prever um mundo melhor, quando ouço ou leio nos Meios de Comunicação, falados e escritos, que renomadas Empresas Internacionais e “ricos milionários”, estão adotando posição mais humanitária, numa revira-volta sensacional, disponibilizando vultosas quantias em dinheiro ou em gêneros, para suavizar a dor humana, por ocasião das grandes catástrofes naturais, com vítimas aos milhares... É já um sinal da descoberta da grandeza de que se reveste a solidariedade.. No dia em que predominar entre as transações humanas o gesto humilde e solidário, começarei a acreditar no poder transformador do dinheiro, como instrumento de salvação para o nosso mundo tão marcado pela violência e pela morte.

Conclusão: Acredito, sinceramente, que Deus vai tocar o coração dos homens, para que compreendam o verdadeiro sentido da riqueza e dos bens terrenos, e com eles possam contribuir para o bem de toda a humanidade.
A Natureza, com toda sua fúria destruidora, talvez esteja dando um recado de Deus, sobre o significado verdadeiro da riqueza, quando bem empregada, em favor de todos, como promotora da justiça e da paz entre os homens!

Peçamos, pois, ao nosso Deus que apresse este milagre! Que os bens da terra, inclusive a riqueza, sejam partilhados, finalmente, por todos com mais justiça!

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